
No último dia 20 de agosto, o ministro da Educação, Camilo Santana, assinou ordem de serviço que autoriza a construção de um novo campus do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) em Porto Alegre. A unidade, localizada na zona norte da capital, faz parte do processo de expansão dos Institutos Federais pelo país e contará com investimento de R$ 25 milhões do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC).
O ministro também adiantou que ainda neste semestre será oficializada a criação de outro campus no estado, em Rosário do Sul. Segundo ele, a pasta avalia se as aulas terão início em prédio provisório ou em estrutura já adquirida.
Do montante previsto para Porto Alegre, R$ 15 milhões serão destinados às obras e R$ 10 milhões à compra de equipamentos. O MEC já repassou R$ 1 milhão para o início da construção. “Com esse campus, Porto Alegre integra o conjunto de 102 novas unidades dos Institutos Federais, que elevarão a rede a 786 campi em funcionamento no Brasil”, destacou Santana. Ele acrescentou que, além da expansão, o governo federal também está investindo na consolidação da estrutura existente, incluindo bibliotecas, restaurantes e prédios didáticos, além da abertura de novos concursos para servidores técnicos e docentes.
O anúncio foi feito durante visita ao campus central do IFRS, localizado no centro histórico de Porto Alegre. O prédio foi atingido pelas enchentes que devastaram o estado neste ano, mas recebeu R$ 4 milhões para recuperação. “Essa visita tem um valor simbólico, pois poucos meses atrás o espaço estava submerso. Com união, solidariedade e recursos emergenciais, conseguimos recuperá-lo”, afirmou o ministro.
Durante a passagem pela capital, a comitiva conheceu o PoaLab, laboratório de fabricação digital do IFRS, que integra a rede internacional FabLab, surgida no MIT. O espaço atua na difusão de tecnologias como impressão 3D e corte a laser, é parte da Rede Brasileira de Aprendizagem Criativa e há dez anos desenvolve projetos de ensino, pesquisa e extensão, abertos à comunidade. Entre as iniciativas recentes estão o reaproveitamento de plástico por meio da rede Precious Plastic, um sistema flutuante para monitorar a qualidade da água do Guaíba e a realização da Olimpíada Brasileira de Robótica. Após os alagamentos que destruíram equipamentos, o laboratório recebeu mais de R$ 500 mil para reconstrução.
Investimentos no IFRS e no estado
Entre 2023 e 2025, o Novo PAC já destinou R$ 58,9 milhões para a consolidação das 17 unidades do IFRS. Até 2026, o programa deve aportar mais R$ 1,9 milhão para melhorias em bibliotecas, restaurantes, salas de aula, laboratórios e para a aquisição da sede própria do campus Viamão. Atualmente, a rede oferece 371 cursos para 22,5 mil estudantes e conta com 1.179 professores e 909 técnicos administrativos.
No total, o Rio Grande do Sul receberá R$ 1,2 bilhão em investimentos em educação pelo Novo PAC. Para a educação básica, estão previstos R$ 490,7 milhões, incluindo a construção de 72 creches, 12 escolas de tempo integral e a compra de 120 ônibus escolares. Já para a educação profissional e tecnológica, os aportes chegam a R$ 218 milhões, voltados à criação de cinco novos campi — entre eles Porto Alegre Zona Norte, Gramado, São Leopoldo, Caçapava do Sul e São Luiz Gonzaga — e à modernização de estruturas já existentes.
Na educação superior, o estado terá R$ 568 milhões destinados à ampliação e consolidação de universidades federais, entre elas UFRGS, FURG, Unipampa, UFSM, UFPel, UFCSPA e UFFS, abrangendo obras em 51 municípios gaúchos.
Reconstrução após enchentes
Desde 2024, o MEC também direciona recursos para a recuperação da rede educacional do estado, fortemente afetada por enchentes. Foram destinados R$ 489 milhões em crédito extraordinário para reformas e reconstrução de escolas, universidades e outras instituições públicas.
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